A banda gaúcha Vera Loca fala um pouco sobre o rock gaúcho e projetos futuros

O Homo Sapiens Escuta entrevista, neste mês, a banda gaúcha Vera Loca. Eles nos contam um pouco mais sobre a banda, seus projetos futuros, influências, opiniões, e muito mais. Confira ai, na íntegra essa entrevista exclusiva ao Homo Sapiens.

Homo Sapiens Escuta: Como vocês descobriram a música e o desejo de tocar?

Mumu: Eu descobri o desejo de tocar mexendo no piano que tinha na sala de casa e a música boa nas fitas K7 que o meu pai tinha do John Lennon e Rod Stewart.

Fabrício Beck: Minha mãe dava aula de piano, logo, eu acordava e dormia, ouvindo piano. Comecei a tocar nas apresentações da academia da minha mãe, muito cedo, e comecei a cantar em festivais, juntamente com o Diego.

HSE: Como surgiu a banda?

M e FB: A Vera surgiu quando viemos morar em Porto Alegre para tocar música de baile com uma antiga banda. Logo que chegamos aqui, vimos que deveríamos ter uma banda de verdade, ou seja, compor músicas, gravar legal. Daí corremos atrás do time certo e inventamos um nome.

HSE: Quais são as influências da Vera Loca?

M: O rock . Com pegada, balanço, letras espertas, guitarra alta e de preferência com o copo cheio.E também as baladas matadoras.

FB: As influencias da banda são diversas, pois somos 5, e cada um curte algo a mais que outro. Ex: Um é vidrado em Metal, mas outro no entanto prefere, Rock Classico como Stones . Particularmente sempre ouvi muito Oasis, Bossa, Cazuza, e curto muito Rock Argentino como: Charly Garcia, Cerati, Los Rodriguez, Los Piojos, entre outros…

HSE: Quais as músicas da Vera que vocês consideram as mais marcantes?

M: Na minha opinião as mais conhecidas são: Maria Lúcia, Suadinha, A Despedida e Borracho y Loco. Mas existem músicas que são marcantes por serem diferentes, como: Cara Cabeludo e As coisas que eu te disse ontem.

FB: Eu gosto muito de cantar, As coisas que eu te disse ontem, A Bolha, mas não poderia deixar de citar, Borracho y Loco e Maria Lucia, esta última, foi a primenira a ser tocada em rádio, isso agente não esquece.

HSE: Quem compõe as músicas e como surgem as inspirações?

M: Eu o Fabrício e o Diego sempre compomos bastante, a granel. Mas o restante está cada vez participando mais. Nesse quarto disco, por exemplo, tem várias músicas que foram feitas pelos cinco integrantes. Tipo, o cara chegava no ensaio e o Hernan puxava um riff , daí íamos lapidando e fazendo o trabalho artesanal até sair algo que achávamos interessante. A inspiração sempre vem quando nos juntamos e trocamos ideias sobre música, filmes, festas, etc. , ou ela vem naqueles momentos isolados, na solidão do quarto. Teve um tempo em que morávamos todos juntos, então era daquele jeito: qualquer coisa virava música.

HSE: Como vocês enxergam o mercado musical de hoje? Tem muita diferença com o que vocês surgiram?

M: Ele mudou bastante principalmente com a chegada da Internet, mas eu não acho ruim. Eu digo isso em relação ao esquema de distribuir as músicas grátis pro pessoal cantar no show, ir tocar nos lugares que nos mandavam mensagens. Achamos engraçado que tocamos em casas lotadas, bastante gente querendo ver e nossa música nunca tocou tanto assim no rádio. Acho que tem espaço para todos e o que for bom vai se destacar naturalmente. O que falta às vezes é o cara que faz uma puta música e a coloca na internet, corre atrás de todo o resto, e cai na estrada.

FB: O mercado esta mudando de cara, muito rapidamente, com o avanço supersônico da internet, as pessoas estão se habituando a consumir aquilo que realmente querem, e não o que a imprensa de massa impõe. A Vera surgiu no inicio desta transição, onde as gravadoras estavam quebrando e as bandas independentes crescendo. Acredito ser um bom momento, para quem está trabalhando sério.

HSE: Qual foi o maior show de vocês?

M: Acho que o maior foi no Planeta 2011, tanto pelo numero de público quanto pela admiração das pessoas que cantavam todas as músicas e muito alto.

HSE: Quais são os projetos futuros da Vera?

Mumu: Estamos já algum tempo tocando fora do RS e queremos continuar cada vez mais. Esta sendo muito legal, neste ano foi assim e esperamos que continue. Acabamos de lançar nosso novo disco “Parece que foi ontem” e nosso plano é divulgar ele ao máximo. Ano que vem, quando faremos 10 anos de banda, estamos bolando um DVD Ao Vivo.

HSE: O que acham dessas novas bandas que estão surgindo ( Cine, Restart, etc.) ?

Mumu: Sinceramente eu acho engraçado. É o som de uma molecada que almoça falando no iPhone, não tem como ser diferente. Talvez daqui um tempo eles não gostem do legado que deixaram pra história do rock, mas isso é problema deles eu sigo gostando dos Rolling Stones!!!!

FB: Sempre, e em todas as gerações, existiram bandas como essas. Eu respeito os caras, mas se tu fores ouvir o áudio destas bandas ao vivo, pela rádio em grandes festivais, e de chorar e não de rir. Mas tem quem compre Né ???

HSE:Como vocês definem o rock gaúcho e suas diferenças em relação com o rock do resto do pais?

M: Eu defino o rock gaúcho como o rock que é feito no Rio Grande do Sul, se fosse feito no Paraná seria Rock Paranaense. Quando nos fechamos nessa bandeira de rock gaúcho o caminho fica mais difícil, embora eu ame o RS e tenha o maior orgulho dessa veia rockera que temos aqui. Acho que o que diferencia ele do rock do resto do país é a influência da cultura inglesa e dos hermanos argentinos.

FB: Rock Gaúcho é o som que fizemos, não que ele seja diferente, mas pelo fato de nosso estado sempre ter boas bandas, e o cenário do Rock ser tão recheado, criou-se esta Grife nos anos 80. Penso que temos uma relação muito forte com o Rock Argentino, devido ao clima e cultura. Somos parecidos em muitas coisas, e como sabemos, no Plata, Rock é coisa séria.

A Vera, tem uma certa preocupação em fazer um Rock universal, brasileiro sem bairrismo, mas não posso negar, que em nossa influencia de um modo geral o dito Rock Gaúcho esta presente, pois crescemos ouvindo, as baladas do Bebeco, os hits do TNT e Casca.

HSE: Uma mensagem para quem tá afim de montar uma banda.

M: Percorrer todo o caminho, não parar na metade, nos primeiros obstáculos. Ser humilde, assim como os irmãos Gallagher (risos), não só com quem vai te dar algumas chances, ou não; também em relação ao som que a banda está fazendo. Em outras palavras, se questionar se aquilo está bom mesmo . E isso só melhora com ensaios, trabalho duro e uma vontade voraz de escutar outras bandas.

Você que não conhece a Vera Loca (@veraloca), curte ae a música dos caras. E lembrando, sugestões de entrevistas, mande para o e-mail: homosapiensescuta@gmail.com

@Los_antos